quinta-feira, 19 de novembro de 2015

O medo e a fraude!




   Resultado de imagem para torre eiffel                             O MEDO  E  A  FRAUDE!

   Após o primeiro choque, aquele em que os sentimentos entram em conflito, embarquei de novo nos meus silêncios e iniciei  mais uma viagem através desse "Mundo livre" que só os pensamentos constroem, arrancando vendas a opiniões manipuladas que normalmente são adquiridas em manada. 
    E de cima do meu cavalo alado, atrevi-me a julgar esse mundo, através dos anos que já vivi, das leituras que fiz e do espírito crítico que tanto prezo e ao qual solto as rédeas, na quietude dos dias que passam. 
   Sou Ocidental e por acaso, Europeia! 
   Vivo num mundo de esconderijos e incongruências, cujas vítimas, são instrumentos de pretextos sórdidos, interesses económicos e de poder, mas o meu olhar sobre todas essas vítimas da violência dos últimos anos, não se exalta apenas com as que se registaram nos chamados países do "1º Mundo" e que, ao contrário das outras, em Gaza, Alepo, Bahrein, Iraque, hospital de Kunduz, etc. etc, ocuparam dias inteiros e horas a fio de emissões televisivas, repetindo imagens e comentários, até à exaustão, como se estas, fossem as únicas a merecer atenção  privilegiada!
   A opinião pública, embriagada pela bem orquestrada lavagem de cérebros, executada pelos media, adopta sloganes, cores e bandeiras, como se  estes mortos fossem mais importantes e diferentes de outros, a quem restam apenas escassas notícias a tocar a trivialidade e logo ultrapassadas por bagatelas. 
   Por tudo isto, nunca consegui ser, nem "Charlie", nem "Paris", porque isso tornar-me-ia selectiva e injusta!
   Cada vítima tem um rosto, um país, uma família e seja qual for a cor da sua pele, ou a religião que professa, carregou consigo uma vida e uma história, com um final abrupto e cruel.
    A desigualdade, a xenofobia e o racismo, ganham força com estas manifestações colectivas planeadas com a única finalidade de gerar ódio, bem como o conveniente afastamento das reais causas por trás destes actos sangrentos. 
    A inocência e as boas intenções, moram bem longe dos poderosos que se manifestaram de braços dados, em Janeiro de 2015, nas ruas de Paris, sob forte escolta, para uma foto de "família de corajosos indignados" que se pretendiam fingir integrados na manifestação popular, mas à qual não  chegaram perto, porque sobre cada um deles, desaba a responsabilidade por cada vida ceifada e pelo caos deste mundo! 
  Quem formou e treinou a Al Quaida em campos do Paquistão, Turquia e de outros aliados da Nato?   Quem foram os artesãos da guerra do Iraque, aqui bem perto de nós, na base das Lages, nos Açores, onde a mentira se tornou razão, para satisfazer interesses petrolíferos e gerar mortes e infindáveis conflitos?
   Mas recordando ainda a famosa "manifestação" de Janeiro em Paris, lá estava Hollande de braço dado com Netanyahu de Israel, o grande responsável pelas atrocidades na Palestina e que, ao mesmo tempo, cedera os Montes Golã, para treinar e acolher os terroristas do EI, Daesh, Isis, Al Nusra, ou quaisquer outros nomes que se queira dar ao terror.
  Quem negoceia as armas, por portas travessas que são usadas nestes atentados? 
 - São os mesmos "indignados" que condenam os crimes, mas que protegem traficantes, grupos financeiros e lucram com as guerras, os atentados e todo este negócio paralelo ao poder que continua e continuará, porque a teia está montada e não há como sair dela. 
   Entretanto, os fugitivos da morte, entram nesta Europa putrefacta e morrem nas águas do Mediterrâneo sem nome nem rezas, porque as religiões apenas servem de fachada e desculpa, mas jamais de salvação e paz!
  Eles serão novamente as vítimas e os robots telecomandados pelas "democracias" ocidentais, onde o fascismo cresce e se propaga veloz, às escondidas dos incautos.
    Os tempos são de mudança, mas não de "liberdade, igualdade e fraternidade", mas sim de muros, mentira e sangue! 
     
    
       
     
     
         
   

domingo, 25 de outubro de 2015

O Preço das Ideias





          
          
    O     PREÇO  DAS  IDEIAS
  

 

  O  pensamento é um pássaro errante que  jamais poderá ser enjaulado! 


  E a dignidade desponta no grito, quando as grades se fecham e a razão cria raízes!



     Os ideais, são o culminar dos pensamentos,    arrumados e conscientes.
     Não há como atraiçoá-los, nem tempo para retrocessos, mas as grades, estão lá, prontas para os conter, para amordaçar a voz que os traduz e a mensagem que esvoaça... 
      Não há morte que os cale, nem ditadores     que os vençam, porque eles são eternos!
      Não mais haverá silêncio, quando o eco     repetir o clamor de um povo, cujo medo se   varreu e os sentimentos ganharam alma. 
     Não mais a força das armas conseguirá         perpetuar a injustiça e a impunidade dos     opressores, nem castrar ideais, porque alguém ousou cantar liberdade e despertar o mundo para uma nova África livre!
  
  Para ti, Luaty Beirão 
  e companheiros de luta de toda a África.    
        


terça-feira, 15 de setembro de 2015

As Crianças e a Educação!



        AS CRIANÇAS E A EDUCAÇÃO!



   Nos vários anos em que ensinei crianças e adolescentes carenciados e de várias
etnias, verifiquei que o abandono e a violência que a vida lhes proporcionava, se
dirigia normalmente contra os colegas, (bulling) ou contra animais, por estes serem o
elo mais fraco, nos bairros degradados em que viviam. No entanto, essa violência,
não é vista apenas nas cidades grandes, nem nas comunidades mais carenciadas,
porque também leccionei no interior, onde se faziam autênticos massacres a animais,
sob a condescendência dos adultos e até progenitores.
   Perante estas situações e por solicitação dos Gabinetes de Apoio, fiz várias acções
de sensibilização nas Escolas onde trabalhei e também em outras, como voluntária.
   Infligir dor e sofrimento a um ser vivo, jamais pode ser considerado como um
comportamento saudável no crescimento harmonioso de um menor de idade, assim
como não o é, para um adulto responsável e menos ainda se for Encarregado de
Educação ou Professor.
   O Comité dos Direitos da Criança, da ONU, advertiu Portugal em 2014, citando o
seguinte:
   “A participação de crianças e adolescentes em actividades taurinas, constitui uma
forte violação dos Direitos da Convenção, doutrinando-as para uma acção violenta”.
   Mais adiante, esta Convenção, coloca mesmo o uso de crianças e adolescentes na
tauromaquia, a par do tráfico de droga, como trabalho degradante e perigoso.
   A Associação Americana de Psiquiatria, considera a crueldade contra os animais,um
transtorno de comportamento e a 4ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatística
dos Transtornos Mentais, define como transtorno de comportamento, a acção de
ignorar os direitos básicos dos outros, bem como as principais normas sociais e regras
próprias, aplicadas à idade do indivíduo.
   A evidência clínica, indica ainda que os sintomas de crueldade para com os animais,
são observados durante as 1ªs etapas do Transtorno Comportamental, frequentemente,
por volta dos 8 anos de idade.
   Algumas pesquisas, indicam ainda que em 80% dos lares, nos quais o Controle
Animal, encontrava animais maltratados, havia antecedentes de abuso físico,
negligência familiar e sobretudo afectiva.

domingo, 13 de setembro de 2015

Sem fronteiras, raças, ou credos




SEM  FRONTEIRAS, RAÇAS, OU CREDOS!

                          O Coração não tem marcos nem fronteiras!                         Não pode ter cor, idioma, ou argumentos que o travem! 


   A História dos povos, é feita de conflitos, desigualdades, vencedores e vencidos, mas também da dicotomia Amor/Ódio, sempre presente em cada ser humano. 
   A compreensão do mundo, baseia-se, não no homem em si, mas naquilo que o seu habitat, estrutura familiar e social lhe forneceram. 
   Todos fomos moldados pela geografia, alimentação, ancestralidade, desejos e frustrações. 
   O que para mim é certo, pode ser errado no outro lado do mundo e o que para mim é normal, para outros, será "pecado".
   As certezas, tornam-nos intolerantes e apelam à violência verbal e não só. 
   Dividem-se as opiniões, criam-se antagonismos e nasce em cada um de nós, aquela força estranha que nos oprime o peito, faz ferver o sangue, crispar a pele e suar a fronte. 
Resultado de imagem para refugiados africanos   A nossa carga emocional, concentra-se em imagens e por isso, o corpinho morto de uma criança que não conseguiu chegar a terra, fugido de um cenário de terror, sobrepôs-se a todos os milhares que sucumbiram pelo caminho, incógnitos, como o drama daquele bebé, falado numa reportagem sem horário nobre nem foto nos jornais que ainda tentava sugar a última gota de leite de sua mãe já morta, após vários dias de desidratação e fome.
  Refugiados, não são apenas aqueles que fogem da Síria, de cor idêntica à nossa. 
  Refugiados, deveriam ser todos aqueles a quem os países ricos hoje atiram migalhas, em vez de lhes criarem, ou ter criado, as infraestruturas e a adequada formação, para que possam auto- abastecer-se, lutar pelos seus direitos e saberem eleger líderes sérios e não fantoches orquestrados por interesses alheios, geralmente protegidos e apoiados pelos Estados que os oprimiram.       
  África, tem sido o espelho vivo de ditadores ferozes, crimes e fome. Há muito que o seu povo foge, mas não interessa chamar-lhes refugiados, porque são apenas"nódoas" em países "civilizados" que aproveitam a sua mão de obra barata e quase sempre ilegal.
   A "Primavera Árabe", abanou o Ocidente, pelas suas possíveis repercussões em outros lugares, sobretudo, onde a religião Muçulmana se arreigara mais que a Católica e África, rapidamente  aderiu a esses ideais perigosos. 
  O Afeganistão e o Iraque, foram alvos fáceis de atingir e os EU tomaram a liderança, seguidos dos seus comparsas europeus. 
  Era a grande oportunidade económica, mas não aconteceu, como a haviam planeado!
  A preparação e treino de exércitos locais para o combate e o seu armamento, criaram o "monstro" que os viria a assombrar.
  Os "Mujahidin", grupos de voluntários para a guerrilha, foram criação ocidental, mas que mudaram de lado, crescendo no fanatismo político à sombra da adulteração dos ensinamentos do Corão.
   Instalou-se então o caos, a violência e o contágio africano que tanto se temia.
   Os Boko Haram, no norte da Nigéria, são a prova desse contágio de ideologias fanáticas e sangrentas e a morte prospera, nessas paragens pobres, sem que os mortos tenham direito a serem sequer contabilizados e chorados pelo mundo.
   Os ainda regimes tribais existentes tanto em África como na Ásia, a falta de conhecimentos e a miséria, são campos férteis para estes movimentos radicais.
   As riquezas naturais, outrora exploradas pelo Ocidente, mudaram de mãos, não para melhorar as condições de trabalho de quem lá vive, mas para a continuidade de uma escravatura perversa, em nome de um Deus misericordioso, pintado de medo, pelo poder do sangue e das armas negociadas semi clandestinamente com o Ocidente.
  O vai e vem de "boas intenções" quer da Rússia quer dos EU e Europa, originaram lutas infindáveis, de apoios e arranjos escondidos e que hoje culminam com a fuga de gente desesperada em busca de abrigo e salvação.
  Acaso lhes podemos agora fechar as portas, com argumentos egoístas e baseados na manipulação e na ignorância?
  Um dia, talvez os compêndios de História sejam isentos e possam mostrar a realidade e a extensão das nossas culpas.
  Nunca o saberemos, porque as grandes convulsões mundiais, só mais tarde serão relatadas, sem a influencia dos seus responsáveis, mas pelo menos, desejemos que o mundo seja mais justo e tenha aprendido com os seus erros!
         
   

sábado, 5 de setembro de 2015

Um Anjo, ou um Símbolo?

                                                    UM ANJO,

                                             OU UM SÍMBOLO?


  Um corpo pequenino, perdido numa praia longe de casa!
  Um pingo de gente que conheceu cedo demais a indiferença e a maldade humana, mas ao mesmo tempo, símbolo de muitas tragédias e o alerta para o que muitos não querem ver!
  Um corpo inerte de uma criança que o mar devolveu a uma praia que não era sua!
  Um rosto sem vida que outrora sorriu, ao imaginar-se um dia, num jardim florido, onde o chilrear dos pássaros, silenciaria memórias aterradoras e o estrondo das armas!
  Com seu irmão, de mãos dadas, combateriam os medos, os pesadelos e sob a fresca aragem da paz e o doce colo materno, as memórias seriam mais ténues e os fantasmas, mais longínquos...
   Na infância, é fácil acreditar no mundo e mais ainda na esperança de um amanhã...
   A morte, é a ficção ignorada e incompreendida pelas crianças, porque embora alguns a vejam de perto, não acreditam que possa ser já para eles, ou ser o sono sem madrugada.
    Aylan e Galib, embarcaram com seus pais, numa longa viagem de esperança, sonhando com palácios de chocolate, caixotes de brinquedos, sorrisos e muitos rebuçados, mas apenas sentiram a indiferença e conheceram uma realidade tão negra e suja, como as almas dos seus principais protagonistas.
  Será que alguma vez souberam o que é ser criança?
  Deles, restou para o mundo, apenas a foto de um corpinho frágil e sem vida, enroscado na areia e banhado pelas águas de um mar impiedoso e enganador.
  Os seus corpos, descansam agora na terra onde nasceram, porque os sonhos, são como as flores, murcham e caiem-lhes as pétalas...

      
  
   

domingo, 16 de agosto de 2015

Coerência: Alguém a consegue ter sempre?

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   ALGUÉM A CONSEGUE TER SEMPRE?

  Todos os dias me esforço por ser coerente com o que penso e faço, mas como tantos outros, às vezes falho, aqui e ali, com ou sem consciência disso.
   Não é possível endireitar o mundo, nem defender as nossas opções, sem correr riscos que por vezes, implicam consequências graves, mas quem é coerente, não pode virar as costas a si mesmo e tem que seguir em frente sem remorsos.
   A idade ensina muitas coisas a quem as quer aprender, mas o enquadramento familiar que nos moldou a infância, deixa-nos sérias questões, quando nos tornamos adolescentes e mais tarde adultos.   Aconteceu comigo!
  Quiseram moldar-me, igualar-me a todos, mas falharam.
  Fiz tudo ao contrário quando cresci, porque o meu espírito crítico me obrigou a tomar outros rumos e a ser coerente comigo mesma.
   Muitos não conseguem fazê-lo por várias razões, mas eu preferi ser guiada pelos sentimentos, em vez de adoptar os antigos padrões instituídos.
   Meu pai era um teórico carregado de ideais, ao contrário de minha mãe que parece nunca ter tido nenhuma, por isso, houve zanga, quando ela me quis um dia, levar a uma tourada, apenas porque era bonito, colorido e com "cavalinhos amestrados".
   Sucederam-se argumentos de parte a parte, mas eu fui, de mão dada com a minha mãe, à primeira e última tourada que vi e verei na vida!
   Hoje percebo melhor porque é que uma criança se pode sentir ultrajada no seu pequeno mundo de fadas e ursinhos de peluche, perante um espectáculo brutal e sangrento, ao qual assistiu apenas para não ficar mal na "foto de família".
  Eu consegui ultrapassar e até entender, as discrepâncias dos meus progenitores que apenas se suportaram a vida inteira, com quase nada em comum, mas compadeço-me daqueles meninos e meninas frágeis que crescem na violência doméstica e no medo, extravasando as suas frustrações e revoltas, para seres inocentes, a quem alguém, há muito tempo atrás, teve a ousadia de colocar o rótulo de inferiores e lamento que essas crianças não consigam tornar-se adultos coerentes com as suas responsabilidades e deveres para com a Natureza e toda a sua Criação !
   

domingo, 9 de agosto de 2015

Dominantes e Dominados





         DOMINANTES

               E
     DOMINADOS



   A ingenuidade dos povos que recebem uma raça dominadora, com explicações mágicas e a noção real das desigualdades sociais, é importante na evolução e aprendizagens humanas.
   Não importa se somos brancos, amarelos, negros ou mestiços, o que importa é que todos somos descendentes de uma árvore comum, mesmo que um dos ramos tenha ido procriar em outras paragens e a tonalidade da pele se tenha tornado diferente.
  As colonizações sempre foram uma espécie de quintas para domesticação de animais e cuja função é gerar trabalho, à custa dos recursos e riqueza alheias.
  A Igreja Católica, como sempre, serviu esses intentos, mas consciente ou não, daquilo que fazia, a mensagem que passou, pregada por Jesus e seus Apóstolos, mesmo mandando "dar a outra face", mostrou aos nativos, contrariamente do que se pensava, que a igualdade que a Bíblia defende, não é apenas para alguns e portanto, não podem haver dominantes nem dominados, quando todos, afinal, descendem da mesma árvore!
  A consciencialização foi lenta, após os Descobrimentos e a herança deixada a essa gente, pesou e pesa ainda demais, em sangue e miséria!
  A ingenuidade destes povos, ditos atrasados, mas movidos pela curiosidade de aprender novas culturas, ao mesmo tempo que serviam de cobaias e escravos, matou os seus próprios hábitos, copiando os de seus colonizadores, no entanto, não se mudam as mentalidades, com um estalar de dedos, já que as suas tradições arreigadas, necessitam tempo para se adaptarem, até ficarem apenas como lembranças de um passado remoto.

   O progresso, de mãos dadas com a cultura e o desenvolvimento sadio das mentalidades, pode vir a dar bons frutos, mas é necessário que a ingenuidade se transforme em sabedoria e esta acompanhe a maturidade dos homens, embora nem sempre se apresente pacífica e constante, nos vários locais e departamentos da vida.
  Jamais se pode soltar um pássaro que nasceu numa gaiola, sem primeiro o ensinar a voar, ou mostrar apenas as sombras do mundo real, a quem vive numa caverna com o medo e a ameaça do que nunca experimentou e essa tal "raça inteligente" que se achou eterna, vê-se agora cercada por grades, muros, vedações e medo, porque não sabe, nem nunca soube, evoluir sem dominar...
  

sábado, 8 de agosto de 2015

Os deuses também se enganam!








          OS  DEUSES TAMBÉM SE ENGANAM!


  Desde os tempos mais remotos que o homem sente necessidade de antever o futuro e confiar em algo superior a si para o orientar e proteger.
  A História é por isso povoada de seres criadores, mágicos e muitas vezes destrutivos que guiam, vingam e consertam, conforme as ocasiões e necessidades.
  A dualidade entre o bem e o mal, foi e será sempre, o espelho das lutas interiores travadas pelo nosso consciente.
  No conjunto de mitos e lendas que pertencem a diversas civilizações e perante o que nos transmitem, verificamos que essa dualidade continua inalterável nos nossos dias, tal como o era na antiguidade, levando-nos a crer que a alma humana, ao longo dos séculos, apenas se foi enfeitando com novas roupagens, mas pouco ou nada cresceu, em termos de perfeição.
  As crenças e religiões sucederam-se, atropelando-se em despotismo e singrando à custa do poder económico e da ingenuidade das gentes.
  A história de barbaridades em“defesa da fé", repete-se até à actualidade,em proporções gigantescas e que as novas tecnologias, interesses e sofisticados armamentos, concretizam, dando-lhes uma magnitude de sangue jamais conseguida e imaginada.  
  As Cruzadas, a Inquisição e actualmente o denominado Estado Islâmico, bem como os conflitos que lhe deram origem, apenas usaram e usam o nome de Deus, para justificar actos bárbaros e próprios de mentes perturbadas e doentes.   
  Seja qual for o formato divino, nunca o homem encontrará Nele uma verdadeira razão para matar e menos ainda, divinizar-se, destruindo a sua própria criação !
  Para exemplo,decidi servi-me da extinta civilização Maia, para quem, a criação do mundo e dos seus primeiros habitantes humanos, nos aparece relatada numa obra escrita, chamada “Popol Vuh”- (livro do Conselho) e que descreve antigos mitos e crenças dos Maias Quichés da Guatemala.
  Pare eles, existiam dois grandes deuses: - Gugumatz e Tepeu, ou Furacão.
  Ambos resolveram quebrar o silêncio do nada, moldando a Terra e separando-a do céu.
  Criaram as águas, as montanhas, as árvores, a vegetação e os animais, com destaque para os jaguares, serpentes, aves e cervos (conhecidos na região).
  Após este esforço criativo, sentiram-se descontentes, pois nem as plantas nem os bichos sabiam falar para os poderem conhecer e adorar, por isso, resolveram elaborar outro tipo de criaturas e condenar os animais, a servir-lhes apenas de ajuda e alimento, surgindo então os primeiros homens, moldados do barro, mas cuja vida não foi longa, pois o frágil material de que tinham sido feitos, se derreteu nas águas.
   Novamente decepcionados, iniciaram nova empreitada e aconselhados por bruxos e antigos espíritos de animais, talharam homens de madeira, dando-lhes o dom da fala, mas estes novos seres, não tinham memórias, não podendo assim recordar nem louvar os seus criadores, por isso, os dois deuses zangaram-se e castigaram-nos, virando o mundo de cabeça para baixo e gerando uma tal confusão que até os cães se viraram contra os homens de madeira, terminando assim a sua raça!
   Numa última tentativa, os dois deuses descobriram que teriam que fazer homens de carne e que esta poderia ser fabricada através do milho.
  Os animais, transportaram grandes quantidades deste cereal para auxiliar os deuses na sua nova obra e então, foram feitos quatro seres humanos que foram os fundadores das quatro linhagens dos Maias Quichés.
  Estes quatro homens, eram bem constituídos, bondosos e reconhecidos aos seus criadores, mas a inteligência que desenvolveram, assustou Gugumatz e Tepeu que viram neles, forte concorrência e como o ciúme é um sentimento ancestral, decidiram limitar a sabedoria, natureza, poder e compreensão do mundo, colocando-lhes névoas nos olhos para que apenas vissem o que estava na sua frente e criando a mulher, para os distrair e permitir que se multiplicassem.
  Quando ficou terminada a criação humana, os deuses deixaram que a luz iluminasse as trevas e assim surgiu a primeira alvorada.
 A escuridão e a luz, são mencionadas repetidas vezes em todos os mitos de criação, pois é através da claridade que se vê o mundo e a vida e é o acto de nascer que pela primeira vez, possibilita ao novo ser, enxergar o dia após longa gestação no escuro ventre materno.
  De qualquer forma, não é imediata essa percepção da luz, visto a maior parte dos animais, necessitar de algum tempo, para abrir os olhos ou começar a ver, no entanto, esse precioso sentido, é o início de uma aprendizagem que se desenvolverá até ao momento em que seus olhos, se fecharão para a vida terrena, deixando apenas lugar para os do espírito e para uma nova luz de conhecimentos que o mundo terreno obrigará a esquecer...

  Esta era a visão dos antigos Maias, cujo comportamento cruel e sanguinário é bem conhecido, mas quantas vezes se terão enganado os deuses de ontem e de hoje  e quantas vezes terão pensado nos esboços de gente que criaram e cujas "névoas dos olhos" se foram esbatendo ao longo dos tempos, tornando-os autores e actores principais da sua própria destruição?

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Os proscritos da Mancha





 Eles fogem da guerra, da fome e da miséria extrema!
 São apenas rostos sem nome, sem futuro nem valor. Espoliados e prontos a morrer em terra alheia, por uma réstia de esperança!
  São as "pragas da Mancha", o canal que se tornou o símbolo da indiferença e sordidez. 
  A História, relatará um dia, estes novos holocaustos racistas e desumanos, mas não mostrará decerto nem os rostos, nem as causas e talvez ainda menos, a insanidade dos seus carrascos de asas brancas e consciências sombrias.

   As águas da Mancha, transbordam hoje do seu leito habitual, varrendo as margens de sonhos desfeitos e tingindo-as de sangue!
   Para muitos, a morte foi o fim da jornada, o derradeiro prémio que a Europa lhes ofereceu, após séculos de exploração, propositados erros e obscuras intenções .
   Quantos interesses e quantos enriquecem impunemente, com este êxodo desenfreado de gente sem nome que apenas procura sobreviver?
    Onde está o Deus que habita as grandes catedrais e cujo nome usurparam para subjugar os mais fracos, enquanto os "donos da Europa" se curvam piamente nas suas orações domingueiras enquanto descarregam para o Mediterrâneo e para além dele, os seus esgotos fétidos de poderio sem escrúpulos?
   Quem são afinal as "pragas" deste mundo?
   Os que arriscam a vida em travessias mortíferas, continuando a ser vítimas do preconceito e da exploração, ou os outros que mascaram as suas intervenções bélicas em terra alheia, apoiados por caciques traidores e corruptos que apenas servem para gerar ódio e sangue?
   Entre um verme engravatado e um ser humano faminto, sou pelo segundo, seja qual for a sua cor ou etnia, porque jamais poderei comparar a emoção que senti, quando derrubaram o muro de Berlim, como a que hoje sinto perante as infames vedações recentemente construídas, os colunatos judeus ou as cargas policiais contra quem se arrisca para subsistir em paz.  
   Lamento cada morte, cada mãe que arrisca a sorte de seus filhos, cada rosto e cada dor, mas lamento ainda mais, os omissos que conseguem dormir tranquilos, neste mundo tão perverso e desigual.
    

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Mataram o Rei!




MATARAM 
   O  REI !


Mataram o rei Cecil, apenas porque sim e porque é um gozo ter o poder de acabar com a  vida a um ser altivo e dominante.
Pagaram pelo troféu, pela cabeça "orgulhosamente" pendurada na parede e pela vil covardia que ela representa!
Alguém foi corrompido, como aliás sucede sempre e não só em África!
Mataram um símbolo que viveu em liberdade, para mostrarem ao mundo que não há liberdade, quando a loucura e o dinheiro falam mais alto!  
O Cecil, como todos os carnívoros, também matou, mas não por um troféu, mas sim, porque tinha fome!
O homem gosta de matar, não porque tem fome, mas porque gosta de ostentar poder!
 O Cecil era um símbolo, uma mascote, mas um animal, não pode ser "o leão", mas sim os leões, as zebras, os elefantes e todos os outros que vagueiam em liberdade pelas savanas ou pelos montes deste planeta de símbolos e incompreensões.
  Dos desconhecidos, daqueles que nunca tiveram um nome, nem foram símbolos de nada, restaram apenas pedaços de corpos, sem direito a lamento nem publicidade, mas este, era um "Rei", enquanto os outros, foram apenas carne, tal como as vacas, os porcos, as aves e tantos outros que servem de refeição.
  Hoje, eu choro o Cecil que viveu em liberdade, mas choro mais ainda os outros que não conheceram o Sol nem a terra molhada, nem a Lua e foram apenas usados e abusados. 
  Hoje, eu choro a espécie malvada a que pertenço e abomino quem mata por gozo, mas também quem gosta de ver esses " reis leões" dos circos, a saltar rodas de fogo, ou morrendo aos poucos nos cárceres infames dos zoológicos.
  Hoje, apelo à coerência e não à instrumentalização dos mídia!
  Apelo à opinião própria e à real crítica, não só, porque mataram este rei, mas sobretudo, porque estamos doentes e não enxergamos todos os outros que aos poucos nos deixam para se tornarem troféus da ignorância, da gula e da perversidade de uma raça menos superior do que a deles!   






domingo, 26 de julho de 2015

Pré Conceito


 Pré Conceito


As redes sociais, são os novos veículos de contactar o mundo, sem
sair de casa.
Dão-se e vêm-se opiniões, elogia-se, ofende-se, gosta-se, desgosta-se, dá-se, recebe-se e agrupam-se amigos que nunca se viram em páginas entupidas de conversas, muitas vezes cheias de erros ortográficos que nos agridem a vista, mas que não reparamos, porque não se pode ofender quem nos dá razão, mesmo que não se perceba patavina do que escreveram.
 Depois, vêm os "lol e os like", os corações, e sei lá mais o quê.
 Nas redes sociais, há as estrelas que comentam e partilham tudo, as petições que geralmente,não servem para nada, mas também algumas pessoas especiais que aprendemos a gostar, porque se parecem connosco.
  Foi no facebook que encontrei uma amiga especial que me arrebatou!
 A capacidade que tenho em fazer amigos, sempre foi fraca, mas se for um animal, é mais simples, que calçar os sapatos antes de ir à rua.
 Todos temos preconceitos (pré- conceitos) e mesmo que se tentem combater, eles estão lá, uns maiores que outros e não creio que alguém consiga livrar-se deles facilmente.
  Os meus, não são raciais, espécistas, ou de opção sexual, o que já não é mau, mas tenho outros, como qualquer mortal e quando vi esta foto no facebook, elaborei de imediato o tal pré conceito de que ela jamais poderia ficar apenas virtual, porque o seu olhar doce,  trazia o meu nome implícito.
    Chamaram-lhe "Anita" e recolheram-na, para os lados de Guimarães, após ter sido atropelada, com quase um ano de idade e ter sofrido, além do abandono, as dores de uma pata em mau estado, durante tempo demais.
 Talvez tivesse sido poupada à amputação, se fosse acudida mais cedo, mas se fosse perfeita, teria eu querido adoptá-la?
  Bem sei que ela é igual a uma que tive há anos e que partiu jovem, quando a medicina não tinha os recursos actuais, mas terá sido por isso que esta foto me conquistou?
  Nunca saberei estas respostas, mas que importa?
  Como já tinha outros cães e também gatos, receei a sua adaptação. Hesitei, quase me arrependi, mas a Anita precisava de quem a cuidasse e recebi-a, apesar do secreto receio das possíveis brigas com os outros animais residentes.
   No dia da sua chegada, o coração saltava-me do peito, mas aquietou-se logo que ela entrou em minha casa.
   A Anita não mostrou qualquer estranheza, nem com os gatos do sofá que espreitavam curiosos, nem com os outros cães e muito menos com o seu novo lar que parecia ter sido seu, desde sempre, enquanto se chegava a mim, como se fossemos velhas amigas.
   Decidi então, colocar-lhe um nome com significado e que uma amiga sugeriu: "Usha" que em Sânscrito, significa "amanhecer, recomeço" e foi isso que lhe ofereci:
   - A segurança e o amor que nunca teve e que ela reconhece todos os dias, com a sua inteligência aguçada, carinho, cumplicidade e vontade de agradar, apesar de algumas teimosias que se contornam facilmente com um biscoito e uma festa.
   Adoptar animais diferentes, tem sido o meu maior desafio, mas sobretudo a certeza de que a diferença, não está no corpo, mas sim na generosidade da alma!    
 
 

     

sábado, 25 de julho de 2015

Memórias de fel com açucar


Memórias de Fel    com Açúcar



Hoje precisava mais uma vez escrever-te!
E o "mais uma vez", não são apenas três palavras ao acaso, mas sim a saudade e o eterno sentir que escondo, no pedacinho mais fundo do meu ser.



                     25  de  Julho de 1983

  Foi o dia da nossa despedida e o ano que marcaria cada sopro da minha existência atribulada. 
  Vivemos o medo, a descrença, a esperança e a tua dor física resignada que nem a Ciência, nem os meus cuidados e carinhos curaram!
   Foste o meu eterno bebé rosado, perfeito demais para o mundo perverso onde chegaste, naquele Agosto de 1980, com os teus imensos olhos da cor da noite, o sorriso fresco e os teus cabelos negros cacheados que a doença fez perder e a tua silhueta frágil que resistirá na minha memória, até ao dia do nosso eterno reencontro.
   Esqueceremos então as tuas e as minhas dores e repetirei mil vezes o nome que escolhi para ti e que tu abreviavas, por ser difícil demais pronunciá-lo, na tua linguagem atrapalhada.
  - Ágata...!
   E então, não mais existirá, nem a doença, nem o medo do "adeus",nem esta saudade atroz que me consome e que apenas embrulhei num papel fininho que teima romper-se, nas noites vazias e que conserto em cada manhã, para se voltar a rasgar durante os meus sonhos e memórias.
   Voltarei a escutar a tua voz pequenina, como quando te beijava a face tenra e me apertavas as mãos para que não me afastasse, mas foste tu que partiste, como sempre soubeste que seria, varrendo os meus sentimentos, porque precisavas de voar mais alto e ensinar-me que a vida nos atraiçoa a cada esquina e que é preciso transformá-la, mudando de rumo e ver o que nos escondem, apagando a luz persistente da passividade e da ilusão . 
   Mudaste tudo, quando partiste!
   Mudaste-me a vida e corrigiste-me o passado, mostrando-me outros rumos e verdades que não queria antes enxergar e transformando tudo em inabalável força e coragem para combater fracassos, de espada em riste, porque ser mulher e mãe, é ser maior, carregar o mudo nos ombros e avançar, com ou sem medo, mas com certezas!

    Até um dia, Agui!  
     

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Apenas um gato!

APENAS  UM  GATO!

Apenas um gato, apenas mais um animal sem dono!
Apenas uma vida que calhou nascer sem protecção! 

Mas será que uma vida pode ter "dono"?
Há mais de 1 século, achava-se que sim, mas hoje, será que podemos continuar a pensar o mesmo?
Não, porque todos somos demasiado imperfeitos para tal, por isso, em vez de nos acharmos "donos", deveríamos portar-nos apenas como família.

E se essa "vida" for diferente das outras da sua espécie, ou melhor, se for portadora de deficiência?
Bem, aí, fazem-se escolhas e tomam-se opções, conforme a sua espécie.

E se for "apenas um gato" que nasceu diferente dos outros da sua espécie?
Para muitos, a opção tomada não causa problemas de consciência, mas para outros, não existem escolhas a fazer e a opção é clara, porque sabem que apenas são "donos" dos seus sentimentos e por isso os respeitam.

 O Oásis era "apenas um gato" que nascera uns meses atrás, com a coluna vertebral deformada e sem conseguir andar, num hotel de Cabo Verde.
 Que incómodo e que nojo, vê-lo arrastar-se com as feridas cheias de moscas, pingando urina no empedrado junto à piscina e vasculhando comida nos caixotes do lixo!
 Já o tinham condenado à morte, mas os jardineiros demoraram, porque tinham demasiados afazeres e ele, lá foi lutando para sobreviver, arriscando dia após dia, talvez porque ouviu algures a palavra esperança e acreditou nela...
  Diz-se que os gatos pressentem as coisas e que a sua energia é especial e acredito que sim, porque nos conhecemos logo na manhã do meu primeiro dia de férias, à porta do meu quarto e os seus enormes olhos verdes, devem ter reconhecido os meus da mesma cor, achando-os talvez familiares.

 E foi aí que eu aprendi que as diferenças não existem, mesmo quando se trata, "apenas de um gato"!

 Durante a minha semana de férias, conheci amigos parecidos comigo, colocámos-lhe o nome e  percebemos que não era possível metê-lo num saco e entrar com ele no avião de regresso e menos ainda tratar da difícil documentação de embarque.
 Mas como ficariam as nossas consciências, depois de falhar uma promessa?
 Como seria ter negado o direito à vida, a um ser com tão parcos recursos?  
 Conseguiríamos dormir em paz todas as noites, sem os pesadelos do seu sofrimento? 
 Eu, não, porque esse gato, deu-me uma lição de vida e não se podem esquecer jamais os nossos maiores mestres!

Jamais se pode desistir e esses desconhecidos que "apenas um gato", conseguiu transformar em meus amigos, ficaram mais alguns dias por lá e conseguiram alguém para o cuidar.
Voltei de férias com a firme decisão de voltar por ele. 
Pesquisei, fiz contactos e da forma menos ortodoxa possível, tratei da documentação para a sua viagem.
 Pouco mais de um mês depois, comprei a minha passagem de volta, mas recebi notícias alarmantes, dois dias antes da minha chegada. 
O Oásis tinha sido abandonado no pátio sujo da sua cuidadora e estava mal, mas a veterinária local que nos apoiara, conseguiu que sobrevivesse e que ele voltasse ao hotel na noite em que cheguei, para me esperar.
 Reconheceu-me quando o chamei, endireitou-se e miou baixinho. 
Não nos largámos mais!
Estava demasiado fraco, com feridas profundas por se arrastar no chão sujo onde estivera. Tinha peles podres penduradas de onde tinham saído as larvas q o tinham deixado febril e moribundo.
Chorei muito nessa noite, mas ele estava feliz por me ver e deu-me forças para o tratar, alimentar e descansar em paz até ao dia de o trazer comigo.

Passaram vários anos, desde 2009 até hoje e continuamos juntos!
Aprendi a viver com a sua deficiência, porque após todos os esforços e tratamentos, ele nunca recuperou o andar, mas ensinou-me como cuidá-lo, pressionando-lhe a bexiga para a urina não pingar nem provocar infecções, cuidando-me nos dias mais tristes com o seu infindável carinho e mostrando-me que "apenas um gato", pode fazer milagres e tornar a vida mais bela.

OBRIGADA, OÁSIS!     
https://www.facebook.com/oasismiau?fref=ts

terça-feira, 21 de julho de 2015

INTOLERÂNCIA!


  

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  A democracia dá-nos o prazer do eterno orgasmo, sentido através das palavras que não precisamos esconder!

  Fornece-nos também os espelhos que reflectem a razão e a intolerância que nos torna "leões" na defesa das crias mais vulneráveis!
  A defesa dos sem voz, é a minha e a de cada vez mais gente por esse mundo fora, o selo da evolução humana e a negação dos erros de um passado cavernícula. 

   SOU  INTOLERANTE PARA COM ASSASSINOS E ABUSADORES!
  
 Serei eternamente extremista, porque a razão não me consegue encobrir a índole justiceira e a capacidade de reagir. 
   
SOU ANTI  "FESTA  BRAVA"!

 Porque de "festa" não tem nada e de bravura muito menos...
 E do"dejá vu" de argumentos, resta-me apenas o nojo por quem aplaude a morte e com ela se masturba em fugazes orgasmos de prazer sanguinário, revendo-se depois nos espelhos sujos dos seus mais baixos sentimentos.
   
  SER PELA PAZ E PELA NATUREZA, É SER MAIOR, SEM EMBARCAR EM LUTAS DESIGUAIS, MAS ENFRENTANDO OS SEUS PRÓPRIOS SENTIMENTOS, COMO PILAR INDESTRUTÍVEL DO SEU PROJECTO DE VIDA! 
  E  se quem mata não é assassino, ou doente, então abram-se as prisões, prescinda-se de carcereiros e aposentem-se os psiquiatras!
  No entanto, parece que em sociedades normais, ou quase, em que se pretendem diagnosticar doenças e as origens dos "transtornos comportamentais", conforme diz a Associação Americana de Psiquiatria e cujo conteúdo já transcrevi neste blog, a crueldade para com os animais, é o 1º dos sintomas, iniciado na infância e que evolui com a idade para patologias mais graves e que são sintomas de negligência familiar ou outras frustrações afectivas. 
  No entanto, mesmo não tendo sido a minha infância um mar de rosas afectivo, aproveitei o que outros não conseguiram nos seus percursos:

COMPREENDER  SEM  REVOLTA  E  PREFERIR  O  AMOR E O RESPEITO AO PRÓXIMO, QUANDO ELE O MERECE...  


Grécia

                                     

    GRÉCIA   

  À noite, na varanda do meu quarto, olhei longas horas o Partenon, esse magnífico templo iluminado, lá no alto da colina que parecia proteger a cidade e emocionei-me.
  Queria guardá-lo intacto do coração, como se fosse um sonho, contemplá-lo e trazer comigo a sua imagem gravada, como se a sua silhueta e o seu recorte iluminado na escuridão da noite, fossem só meus, como uma jóia rara, trancada num cofre- forte inviolável ...
  Depois imaginei que dele se soltava uma luz brilhante, como um raio de Sol e que a figura da deusa Atena emergia majestosa, de lança em punho, capacete e escudo, tal como nascera, parida já mulher, não do ventre de sua mãe, mas sim da nuca de seu pai Zeus, senhor absoluto do Olimpo.
   Atena, é a perfeição e a sabedoria nata que não necessitou percorrer os degraus e aprendizagens da infância, nascendo já adulta e sábia.
   Mulher /Guerreira, assexuada, ou apenas virgem por opção, ela combina a dureza e a masculinidade da guerra, com a sensibilidade dos artistas e a generosidade feminina.
  Era a sua presença virtuosa e justiceira que eu queria que surgisse de novo na Grécia e no Mundo, mas a antiga deusa, estratega e guerreira invencível, com os ensinamentos que transmitiu ao seu povo na Antiguidade e a consciência da importante função que a cultura e as artes fornecem às gerações futuras, ficou para trás como um mito, deixando apenas saudosas memórias, hoje lembradas como contos fantásticos e esquecidos, nos bastidores da corrupção e dos interesses mais obscuros...



domingo, 19 de julho de 2015

Touro Bravo






TOURO BRAVO








A erva é tenra, o verde é paz e o Sol brilhou!
O vento quebra os silêncios
E os chocalhos são a música que embala os campos...


SOU UM TOURO BRAVO!


Herói amado e odiado!
Rei dos pastos de olhar perdido.
Força bruta que o medo excita.
Gigante negro que se julga livre.


SOU UM TOURO BRAVO!


Escravo de especismo e raça de guerra inútil.
Animal, como tantos outros, explorado...

Um dia deixarei os pastos, a brisa e a música da Natureza.
Ouvirei os gritos da turba ensandecida
E sentirei a dor e o sangue que me queimará o corpo!


EU ERA UM TOURO BRAVO!


Hoje sou carne ainda viva, para diversão alheia.
Eu era o rei do prado!
Hoje sou o farrapo que tenta sobreviver.

Eu era a valentia que a dor roubou,
Trémulo e moribundo,
Resta-me a saudade do pasto verde,
A resignação aos ferros
E a dignidade perdida!


JÁ NÃO SOU UM TOURO BRAVO!


Sou apenas o fraco sopro de vida,
Num corpo que não é mais meu.
Entreguei-me ao homem que imita valentia,
À dor que me consome e à morte que tarda chegar!


JÁ NÃO SOU UM TOURO!


Sou apenas aquilo que acharam que nasci para ser,
E o que de mim fizeram ...





Teresa Botelho